André Isento, 24 anos, estudante do ISCE Douro, atualmente a frequentar o Mestrado em Atividade Física, Desporto e Bem-Estar. PT Manager do Ginásio Fitness Up em Penafiel e também arco de futebol, que nos contará um pouco do seu percurso pelo ISCE Douro, do CTeSP ao mestrado.
Quando ainda estudavas no secundário, já sabias que era este o rumo que querias para a tua vida, a área do desporto?
Desde os meus 17 anos que gostava de futebol e sempre estive ligado ao desporto, pratiquei cerca de 7 modalidades diferentes. Não consegui estar sempre fixo numa modalidade devido às minhas notas no secundário, porque tinha imensa dificuldade, por exemplo, na físico-química, ciências e matemática. Na prática de desporto conseguia fugir um bocadinho a essas disciplinas. Apesar disso, ainda tinha imenso interesse em certas matérias, pois seriam importantes para concretizar o meu objetivo, para além de serem mais fáceis.
Em relação ao ensino secundário ao ensino superior, que diferenças é que apontas?
As diferenças que sinto são que no ensino secundário temos sempre os professores para nos apoiar, já no ensino superior, nem sempre acontece. No ISCE Douro, a proximidade que temos com os professores é muito grande, pois apoiam-nos em tudo o que é necessário.
Como é que foi o teu processo de entrada no ISCE Douro? Como é que tomaste conhecimento da existência? O que é que te mais chamou a atenção na oferta formativa?
De forma a iniciar o meu percurso académico no ensino superior, pensei em duas opções, optar pelo ISMAI ou o ISCE Douro. Comecei pelo CTeSP, porque não tive aproveitamento na disciplina de físico-química, por isso não consegui entrar na licenciatura. Se tivesse optado pelo ISMAI não iria conseguir a flexibilidade que tenho no ISCE Douro.
Em relação ao CTeSP, quais é que foram as vantagens e as desvantagens que encontraste ao longo do teu percurso?
Como já referi, não tinha o ensino secundário concluído, então só me restava a opção do CTeSP. Não considero que tem desvantagens, pois o mesmo faz-nos crescer bastante, contém unidades curriculares com equivalência e acabamos sempre por relembrar, aprender mais informação e adquirir novos conhecimentos, para além das habilidades práticas adquiridas em contexto de estágio. Há sempre esses prós e contras que nós temos de analisar. Eu não me arrependo de nada, porque deu-me bastante conhecimento e bagagem.
Sentes que, para além do secundário, o CTeSP é uma base fundamental para aqueles que entram e de certa forma desenvolverem a maturidade a nível do ensino superior.
Sim. A licenciatura requer um nível de exigência superior e nós, vindos diretos do secundário, pode ser um choque. No CTeSP, temos menos carga, faz-nos crescer pessoalmente e profissionalmente. Ao fim de dois anos temos estágio e colocamos em prática o que aprendemos.
Fazendo uma retrospetiva de todo o teu caminho pelo Instituto, achas que mudavas alguma coisa no que diz respeito às escolhas que tomaste?
De momento não me arrependo de nada do que optei até agora. Gostava de tirar um doutoramento, mas vou ter de fazer uma pausa porque são muitos anos seguidos a estudar. O meu objetivo era dar aulas nesta universidade, mas com uma licenciatura não é possível, quanto mais graduação melhor. Mas gostava porque conheço muita gente e tenho afinidade com vários docentes.
Como é que vês o futuro do desporto nos próximos anos? De que maneira é que és parte dele?
Relativamente à minha área, considero que o desporto ainda necessita de evoluir muito, por exemplo, os lares de idosos não têm nenhum profissional de desporto, só têm fisioterapeutas. Os lares têm de dar esse passo em frente, investir em alguém apto para todos os dias fazer um bom acompanhamento e atividades lecionadas para cada patologia de cada idoso. Os lares têm boas condições, mas é preciso dar qualidade de vida aos utentes, não é simplesmente ficarem sentados, a ver televisão, a jogar xadrez, mas também é importante praticar desporto adaptado às condições deles. Muitos lares não têm acompanhamento psicológico, nem profissionais de desporto para acompanharem os utentes; de facto, a lei deveria exigir.
Se pudesses dar um conselho a todos aqueles que tencionam seguir a vida pelas mesmas portas, o que é que lhes dirias?
Agarrem as oportunidades que vos são dadas. Se optarem pelo CTeSP, comecem a trabalhar, para assim ganharem contacto com a área, coloquem o estatuto de trabalhador-estudante ou tentem gerir o vosso horário.
Entrevista realizada por: João Torres (ACJ 1.ºano. 2023/2024)
Entrevistado: André Isento (Mestrado de Atividade Física, Desporto e Bem-Estar. 2023/2024)
Escrito por: Inês Silva, Inês Rodrigues (ACJ 1.º ano. 2023/2024)
Revisto por: Corpo Editorial / Célia Novais